Polícia invade escritório de vencedora de Nobel no Irã
A polícia iraniana invadiu e fechou o escritório de um grupo de vigilância dos direitos humanos liderado pela vencedora do prêmio Nobel da Paz, a iraniana Shirin Ebadi, antes de uma celebração para marcar o Dia Internacional dos Direitos Humanos.
O poder judiciário do Irã confirmou o fechamento do Centro de Defesa dos Direitos Humanos, dizendo que o grupo estava envolvido em atividades ilegais.
"Promotores de Teerã pediram o fechamento do escritório de Defesa dos Direitos Humanos por estar envolvido com atividades ilegais", informou a agência de notícias semi-oficial Mehr.
"O centro estava agindo como um partido (político) sem ter permissão para isso. O centro realizou contatos ilegais com organizações locais e estrangeiras, além de coletivas de imprensa e seminários".
Ebadi, vencedora do prêmio Nobel da Paz em 2003, criticou a invasão.
"O fechamento do escritório é ilegal. Nós protestaremos contra isso", disse Ebadi à Reuters. "Isso não irá nos privar de nossas atividades".
Narges Mohammadi, vice-diretor do Centro de Defesa dos Direitos Humanos, disse à Reuters que a polícia não deu nenhuma justificativa legal para a invasão do escritório.
"Dezenas de policiais, juntamente com agentes de segurança à paisana, entraram no escritório sem mostrar um mandado de busca", disse Mohammadi. "Um policial disse que não era obrigado a mostrar um mandado porque estava vestindo um uniforme de polícia."
Mohammadi disse que a invasão aconteceu horas antes de o grupo celebrar o 60o aniversário do Dia dos Direitos Humanos, ocorrido em 10 de dezembro.
"A Sra. Ebadi não estava no escritório quando a polícia invadiu o local", disse Mohammadi.
Ebadi, que venceu o prêmio Nobel da Paz em 2003, usou o fórum das Nações Unidas em Genebra na quarta-feira para condenar dirigentes no poder em alguns países muçulmanos e chefes dos mais antigos Estados comunistas como desrespeitadores dos direitos humanos.
Ebadi, eloquente crítica das condições de direitos humanos na Repúblicas Islâmica, disse que as ditaduras muçulmanas usam a religião para dar suporte ao seu próprio poder.
A iraniana defensora dos direitos humanos já criticou repetidamente as condições dos direitos humanos no Irã, citando o que ela disse ser um número crescente de prisioneiros políticos e o maior número de execuções per capita no mundo no último ano.
Nos últimos anos, a defesa de Ebadi dos direitos humanos lhe rendeu um tempo na cadeia e uma série de cartas e telefonemas ameaçadores.
O governo do Irã rejeita acusações de que viola os direitos humanos, e acusa os inimigos ocidentais de hipocrisia e padrões duplos.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
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